O escudo heráldico é o componente central e estruturante de qualquer brasão de armas. Trata-se de uma superfície delimitada, sobre a qual são dispostas as armas — símbolos que representam indivíduos, famílias, monarquias, nobres, domínios, instituições (civis, militares, religiosas) conforme regras e convenções próprias em cada heráldica. Por ocupar a posição de maior destaque na composição, o escudo localiza-se na região heráldica-1 (Rh-01), considerada o núcleo simbólico e visual do brasão. As suas formas remetem aos antigos escudos defensivos, evocando proteção, identidade e tradição. Além disso, o escudo apresenta funções, proporções e partes estruturais. Sendo que formas e proporções variam segundo a escola heráldica adotada. Como elemento integrante de uma composição heráldica estará sujeito às leis, princípios e convenções da Heráldica, ou mais precisamente da Armaria — sistema de identificação visual que organiza e codifica os componentes e símbolos heráldicos, coletivamente denominados armas. Por fim a armaria tem como métodos: - Composição: organização dos elementos visuais segundo regras formais; - Brasonamento: descrição técnica e precisa das armas em linguagem heráldica; - Garantia de posse exclusiva: reconhecimento legal e simbólico da insígnia; - Uso institucional: aplicação do brasão como emblema oficial de identidade e representação.
Formas, formatos ou estilos
Os escudos tiveram formas variadas e é comum haver classificações diferentes entre os heraldistas. A forma do escudo não está ligada necessariamente à identificação do seu detentor. Por vezes está de acordo com sua função como equipamento de batalha. Reconhecer seu formato auxilia na sua localização histórica, como a nacionalidade e o período em que foi utilizado (CONSOLO, 2012). Ele é a expressão maior do território (espaço) e do espaço definido por e a partir de relações de poder. No Brasil, as formas de escudo municipais mais comuns são as chamadas, portuguesa e francesa, esta última também nominada samnítica moderna.

Retangular

Francesa ou Samnítica moderna

Inglesa

Francesa século XV

Francesa ou Gótica da Idade Média ou Francesa século XVI

Suíça

Losangular (Losango ou Lisonja)

Portuguesa (espanhola, gótica moderna, ibérica, boleada, ponta redonda, peninsular)

Italiana ou cara de cavalo

Ovalar ou oval

Enformada

Polonesa I (Polonesa, Polaca, Polónia)

Polonesa II (Polonesa, Polaca, Polónia)

Polonesa III (Polonesa, Polaca, Polónia)

Amassada ou couro de boi

Circular
Formas, formatos ou estilos mistos
No Brasil, identificamos um pequeno conjunto de escudos que se destacam por exibirem formas, formatos ou estilos mistos, combinando duas configurações distintas em um único escudo. A classificação dessas composições segue a ordem das partes heráldicas, sendo definida do chefe até a ponta. O primeiro registro desse padrão foi identificado no escudo do brasão do estado de Mato Grosso, uma unidade federativa situada na Região Centro-Oeste do Brasil.

Estado de Mato Grosso (Polaco-Português)

Anglo-francesa

Anglo-portuguesa

Polaco-francesa

Polaco-francesa ou inglesa sem apêndice
Funções
1. Ser o componente heráldico central no brasão ocupando a região heráldica-1, região destinada ao escudo;
2. Servir de componente heráldico no brasão no qual será representado sobre ele os vários aspectos de natureza física e antropocultural do domínio;
3. Significar literalmente o espaço, território do domínio, por ter em se ou sobre se a representação dos vários aspectos de natureza física e antropocultural constitutivos do domínio.
Partes (Zonas, Seções, Subseções)





Regiões heráldicas em um Brasão de Armas de Domínio
